Paraíso Tropical
Você pode até nunca ter ido ao Paraíso Tropical, mas se mora em Salvador, provavelmente ...
Por ondecomeremsalvador
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Você pode até nunca ter ido ao Paraíso Tropical, mas se mora em Salvador, provavelmente já ouviu falar no restaurante que tem como marca registrada as misturas exóticas do chef Beto Pimentel, com receitas feitas de frutas que (não temos vergonha de admitir) nunca nem ouvimos falar. Nós, que ainda não tínhamos visitado o estabelecimento por não saber como chegar ao sítio no Cabula, tivemos a honra de conhecê-lo em uma ocasião muito especial: um jantar enogastronômico promovido pela Vinhos de Portugal, em parceria com a revista Essência do Vinho, para divulgar a organização, que reúne todas as vinícolas do país. Puxe uma cadeira e acompanhe essa visita deliciosa com a gente.
O muro laranja em uma ruazinha onde o Cabula se confunde com Pernambués esconde um ambiente aconchegante, cercado de árvores e frutas, um verdadeiro sítio no meio da cidade. Já na entrada, fotos de grandes celebridades da Bahia e do Brasil mostram o quanto o local é reconhecido nacionalmente. Ficamos animados.
Fomos muito bem recebidos pelo próprio chef Beto e sua filha. Aliás, a presença do chef entre os clientes é um diferencial muito comentado por quem já frequentou o restaurante. Uma companhia agradabilíssima que garante boas risadas sobre os mais de 20 anos de histórias do Paraíso. O bom atendimento, diga-se de passagem, se entendeu a toda a equipe que nos serviu durante o evento.
O jantar, composto de duas entradas, três pratos principais e uma sobremesa, harmonizado com grandes rótulos portugueses começou com uma Salada Duka (maturi, lâminas de coco verde, pedaços de coco de oulicuri, manga e biribiri). Muito refrescante! Seu Beto nos explicou que no Verão ela fica muito mais gostosa por contar com ingredientes que, nesta época do ano, ainda estão em flor. Só podemos esperar.
Só de lembrar da Casquinha de Aratu já fico com água na boca. Sem dúvida, a melhor casquinha que já comemos. E com o molho de biribiri levemente apimentado, então, fica “de comer rezando”, como diz nossa amiga Juliana Braga. A farofa de manteiga dá um toque final. Poderíamos passar o jantar inteiro comendo só isso.
Ao conceituado crítico de vinhos portugueses Rui Falcão coube a difícil tarefa de harmonizar os vinhos portugueses com um menu tão original. Incrível como o os sabores dos pratos e das bebidas realmente se complementaram, deixando ambos ainda melhores juntos.
O Dandá de Camarão (camarão cozido, envolvido em creme de aipim e inhame, batido com temperos especiais) já chegou enchendo os olhos de toda a mesa. O prato que lembrava uma moqueca, só que mais leve, tinha camarões bem graúdos e foi servido com arroz com ervas, aipim cozinho (regado na manteiga de garrafa), farofas de manteiga de garrafa e de dendê, molho de biribiri (bom demais!) e molho de pimenta. Detalhe para as acerolas substituindo os pimentões.
O Dandá estava tão bom, que até esquecemos que ainda estavam chegando mais dois pratos, entre eles, a Moqueca de Peixe ao Paraíso. Também mais leve que a moqueca tradicional, esta iguaria é preparada com maturi, coco do ouliciri, lâmina de coco verde, biribiri, amora, pimenta de biquinho, folha e flor de vinagreira, temperos especiais aromáticos e azeite de oliva extra virgem. Ah! Também tinha banana da terra. Uma maravilha só que foi acompanhada de um vinho tinto encorpado. Importante dizer que o chef Beto não usa dendê industrializado, ele mesmo faz o que usa em suas receitas.
E quando achamos que não aguentaríamos mais uma garfada, chegou à mesa o Sertanejo Tropical (carne de sol, carne de fumeiro, linguiça de fumeiro e frutas, todos grelhados e banhados no caldo de cacau, biribiri, mel de abelha nativa, limão e ervas aromáticas). Acreditamos que este foi o prato mais surpreendente da noite. As carnes e as frutas caramelizadas formavam um festival de sabores, ainda mais interessante quando associados a mais um vinho tinto português maravilhoso. De sabor forte e marcante, este virou o preferido de Eden.
O Paraíso Tropical é famoso também por servir uma rica bandeja de frutas como sobremesa, mas nós fomos agraciados com um refrescante Sorbet de Coco Verde com Goiaba.
Para fechar a noite, o vinho de sobremesa foi o um licoroso, doce, com forte gosto de uvas passas. As mulheres da mesa adoraram. A quem interessar os rótulos portugueses servidos foram: Douro Branco 2010 (entrada), Solar dos Lobos Alantejano Branco 2010 (prato principal), Quinta de Foz de Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2007 (prato principal 2), Dão Uva Baga (sobremesa). Ma-ra-vi-lho-sos!
O Paraíso Tropical superou nossas expectativas (que já eram altas), com seus pratos originais, que valorizam as riquezas da gastronomia brasileira com combinações inusitadas de frutas tropicais e ingredientes diversos. Não é um restaurante barato, e não podia ser diferente, pois a qualidade superior dos produtos, muitos cultivados na própria casa, é visível em cada prato. Agora só falta voltarmos um dia no horário do almoço para conhecer o pomar e apreciar melhor o cenário natural.
Visita obrigatória para todos que apreciam uma cozinha verdadeiramente criativa e saudável e pode gastar um pouco mais. Indicado para datas comemorativas. Mas atenção: o restaurante normalmente enche. É bom fazer reserva.
Endereço: Rua Edgard Loureiro, 98 B.
Bairro: Cabula
Telefone: 71 3384.7464
Lugares: 120 (aprox.)
Horário: das 12h às 23h (de seg. a sáb.) e das 12h às 17h (dom.)
Site: http://www.restauranteparaisotropical.com.br/
Fanpage: http://www.facebook.com/pages/Restaurante-Para%C3%ADso-Tropical/153780887987510